Minha missão é inspirar pessoas, transformar ideias em negócios e gerar prosperidade.

Pesquisar...
Close this search box.

Quando a empresa não serve para você [fechar os ciclos]

Quando a empresa não te quer mais

Em 26 de janeiro de 2004 eu fui demitido pela primeira vez (sempre tem uma primeira vez) e passei por um processo de recolocação, que fazia parte do pacote de “consolo” oferecido pela empresa, por conta dos bons serviços prestados até aquele momento (sic).

Apesar de ter sido um período curto, foi excelente para construção de networking, reflexão e teste do meu grau de empregabilidade na época. Contudo, penso que o meu protagonismo e a bagagem adquirida ao longo de 25 anos de vida profissional tenham pesado mais que o próprio processo de outplacement.

O que valeu mesmo foi ter conhecido um dos maiores headhunters do país, pessoa culta, experiente e serena, cujos ensinamentos foram além do serviço para o qual a empresa dele foi contratada, mas isso é outra história.

Uma das empresas indicadas para uma possível recolocação era fornecedora de componentes para a indústria automotiva na Região Metropolitana de Curitiba, e minha experiência mais recente havia sido na área de logística.

Naquele dia eu me levantei cedo, fiz a barba, tomei banho, vesti a minha melhor roupa e cheguei ao local da entrevista com meia hora de antecedência, a fim de causar uma ótima impressão. Nunca se sabe de onde vem a próxima oportunidade.

Antes da entrevista com o CEO da empresa, eu fui bem recebido pela coordenadora de RH, mas em poucos segundos de contato notei que o clima organizacional não era dos melhores. Aos 41 anos eu já era capaz de mapear os problemas e avaliar o clima de qualquer empresa logo no primeiro contato com as pessoas.

Sem falsa modéstia, é uma habilidade da qual me orgulho e que me ajuda bastante em processos de coaching e mentoria. Entender de processos, sistemas e finanças é importante, mas entender de gente é fundamental.

Enfim, era chegado o momento de enfrentar o CEO para entender um pouco mais as necessidades da empresa e levantar as expectativas do futuro chefe. Como eu sempre digo, o problema nem sempre são os desafios, mas expectativas criadas por ambos os lados.

Depois de meia hora de conversa descontraída, ele apoiou o queixo sobre as mãos entrelaçadas e os cotovelos apoiados na mesa, e disparou essa pérola inesquecível: – Pra ser sincero, apesar da tua experiência, tenho dúvidas se você vai dar certo, pois eu já tive quatro gerentes de logística em dois anos e nenhum prestou.

Eu devia estar iluminado naquele dia e imaginei que uma devolutiva tão sincera quanto a observação dele me faria bem, então, fui direto ao ponto: – Se em dois anos a empresa teve quatro gerentes e nenhum prestou, é muito provável que o problema não seja o gerente, mas quem o contratou.

Enquanto ele tentava se recompor e se justificar, eu me levantei, agradeci o seu precioso tempo desperdiçado, me despedi e saí. De minha parte, a entrevista foi encerrada. Fiquei sabendo um pouco mais da reação dele no dia seguinte, quando voltei para conversar com a minha consultora de outplacement.

Sinceramente, não me orgulho disso, mas não me arrependo. Existem coisas que não devem ser alimentadas, principalmente as falsas expectativas. Vale para a vida pessoal e para a vida profissional.Quando a empresa nao serve para você

Algumas coisas aparecem como sinais. Se quatro profissionais diferentes não foram suficientes para atestar o grau de incompetência daquele CEO para lidar com gente, uma quinta pessoa não ajudaria em nada.

Contudo, é necessário estar convicto das suas decisões e ter a segurança necessária para enfrentar situações como essa. A confiança em si mesmo, na sua competência e na certeza de saber o que você realmente deseja representam poder na sua vida. Acredite, isso faz toda diferença.

Durante aquele processo de recolocação, eu tive a felicidade de recusar algumas oportunidades, consciente de que minha determinação para encontrar algo mais justo e merecedor da minha vocação era apenas uma questão de tempo.

Por fim, em menos de 60 dias da minha demissão eu estava de volta ao mercado de trabalho, graças a um networking bem construído e, obviamente, às escolhas que não são fáceis, mas necessárias.

Você já deve ter lido isso em algum artigo de minha autoria, mas é bom relembrar: existem muitas empresas e muitos lugares onde a sua energia e a sua inteligência podem ser mais bem aproveitadas.

Como dizia Albert Camus, filósofo francês, não existe dignidade no trabalho quando seu trabalho não é aceito livremente. É simples assim!

Gostou? Comente, deixe sua impressão a respeito, compartilhe.

Quer saber mais? Leia o meu artigo O que as empresas realmente querem

Conheça o meu Canal no YouTube. Clique em Jerônimo Mendes no YouTube

Sobre

Olá! Seja muito bem-vindo! Sou Administrador, Coach, Mentor, Professor Universitário para Cursos de MBA e Palestrante com mais de 40 anos de experiência profissional em empresas de médio e grande porte, além de ser…

YouTube

Facebook

Livro

A Atitude Muda Tudo

Conheça

E-books

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *