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Será que o inimigo está lá fora? [2 questões para reflexão]

Onde está o inimigo?

De acordo com Peter Senge, estudioso do pensamento sistêmico e autor do bestseller A Quinta Disciplina, na maioria das empresas que desaparecem há muitos indícios prévios da existência de problemas. Contudo, esses indícios são ignorados mesmo quando os gerentes e os próprios acionistas têm conhecimento deles.

Por conta disso, muitas empresas quebram antes mesmo de completar o primeiro ano de vida e algumas vão sobreviver por alguns anos sem reconhecer as ameaças iminentes, sem entender o quanto isso lhes afeta e, principalmente, sem encontrar alternativas para sair da enrascada em que se encontram.

Uma das principais deficiências que contribuem para a morte prematura das empresas é aquela ideia que Senge denomina de “o inimigo está lá fora”. De fato, existe em cada ser humano uma forte propensão de encontrar alguém ou uma razão externa para culpar quando as coisas não dão certo.

Se fosse possível escolher um mantra para ser adotado por pessoas com propensão de culpar alguém, possivelmente seria: encontrarás sempre um pobre coitado para culpar. A síndrome de “o inimigo está lá fora” vai muito além dos limites da organização.

Na prática, o pessoal de vendas culpa o pessoal da produção que nunca cumpre o prometido; o pessoal da produção culpa o pessoal de compras que não é capaz de providenciar o suprimento da matéria-prima a tempo; o pessoal de compras culpa o pessoal de vendas que sempre erra na previsão. No fim, todos culpam todos e ninguém assume a culpa. Assim, o círculo vicioso vai ganhando força.

Isso ocorre normalmente com as pessoas que se preocupam apenas com o cargo que ocupam e, portanto, não conseguem enxergar como suas ações afetam a vida profissional das pessoas ao seu redor, além da sua. É mais ou menos assim: eu já fiz a minha parte, vou embora, agora é problema da logística.

Será que o inimigo está lá fora?
Image by Freepik

Para muitas empresas, brasileiras ou não, o alto nível de tolerância com as fontes de complacência faz com que o “inimigo” ganhe força e a culpa seja transferida para agentes externos: os produtos chineses, a concorrência desleal, os sindicatos, a política econômica e até mesmo os clientes, esses “ingratos” que “nos traem” comprando produtos de concorrentes.

Esse defeito congênito do ser humano nunca vai permitir a criação de uma empresa orientada para o aprendizado e o crescimento. É mais fácil culpar o vizinho, o colega ao lado, a concorrência ou o governo do que assumir a culpa pelos seus atos; entretanto, isso tem consequências desastrosas para as pessoas e para as empresas.

Em relação às empresas, o desperdício de energia, a falta de sinergia, a comunicação ineficiente, a baixa produtividade e o clima organizacional são apenas alguns dos sintomas que contribuem para perpetuar o caos em que se encontram.

Em relação às pessoas, a inércia provocada pela mesmice, a síndrome da procrastinação, a competição interna desleal, o conformismo e a ausência de perspectivas atrofiam sua inteligência e transformam-nas em seres autômatos que apenas sobrevivem enquanto ainda lhe restar um sopro de vida.

Quer entender a realidade nua e crua? O inimigo não está nos sindicatos, na concorrência, na política econômica nem no governo, muito menos nos clientes que, quando bem atendidos, bem assistidos e bem compreendidos fazem qualquer negócio e qualquer carreira decolar.

Salvo raríssimas exceções, o inimigo está bem perto de você, dentro da sua própria empresa, disfarçado de corpo mole, de fofoca, de deslealdade, de ausência de comprometimento, de conspiração silenciosa.

Acredite, não raro o inimigo está bem ali, no espelho, diante de quem fica procurando culpados e não é capaz de mover uma palha para reverter a situação que a pessoa mesmo ajudou a criar.

Como se juntar ao inimigo para produzir o bem? 

As empresas são feitas de pessoas e as pessoas, por sua vez, tem o poder de transformar o ambiente em que vivem e trabalham, para o bem ou para o mal. É mais fácil criticar os sócios, a gestão, os colegas e a cultura organizacional; difícil é assumir o protagonismo e fazer a parte que lhe cabe.

Alguém poderia dizer que produz de acordo com aquilo que recebe e isso é um direito lhe cabe. Contudo, se o salário é justo ou não e se há reconhecimento ou não, isso não lhe dá o direito de desempenhar mal a função para o qual foi contratado, nem de arranjar alguém para culpar.

Em qualquer organização, em maior ou menor grau, todos são responsáveis por alguma coisa e no papel de líder, você é muito mais responsável do que as pessoas nas quais coloca a culpa por não fazer aquilo que você poderia estar ajudando a fazer ainda melhor.

A Quinta Disciplina deveria ser um livro obrigatório nas organizações e todo profissional deveria ler antes de assumir qualquer posição de líder. Não é difícil se juntar ao “inimigo” e levantar a bandeira da trégua, em nome de uma causa maior: a sobrevivência da empresa e a preservação do emprego.

Portanto, pare de criar inimigos fictícios, seja você mesmo e lute para ser melhor naquilo que faz. Isso deve garantir o reconhecimento e a estabilidade em qualquer empresa. É simples assim. Os inimigos surgem somente quando você não tem conhecimento, discernimento e, consequentemente, segurança naquilo que faz.

Por fim, nunca se compare nem meça seu trabalho pela régua dos outros. O que você faz é algo próprio da sua índole, da sua educação, do modo como você foi criado, do profissional exemplar em que você diz que se transformou. Cada um é responsável por si, cada um sabe de si e, nesse sentido, o que conta não é a competição, mas a contribuição, esteja onde você estiver.

Pense nisso e seja bem mais racional e feliz!

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Quer saber mais? Leia o meu artigo 8 fontes de complacência nas empresas

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