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O impacto dos esculachos [4 pontos a considerar]

Esculachos e significados

De modo geral, esculachar significa repreender ou criticar de modo desrespeitoso, com grosseria, no sentido de desmoralizar e desestabilizar alguém.

Dependendo da região onde você mora, o termo também é conhecido como advertência, babada, bronca, carraspana, dura, ensaboada, repreensão, reprimenda, ripada e outras coisas mais; dá até pra escolher.

Quem nunca levou esculachos na vida? Algumas de ficar tonto e até perder o rumo diante dos amigos ou colegas de trabalho? Outras que, de tão bem aplicadas, causaram desconforto e os levaram a uma profunda mudança de comportamento?

O fato é que ninguém escapa de uma bronca ao longo da vida. Bronca, babadas e duras fazem parte da vida pessoal e profissional. Elas assumem formas diversas e nem sempre são aceitas, dependendo de onde e como são realizadas.

Ao longo de 40 anos de carreira, eu já presenciei broncas, babadas e esculachos de todos os tipos e tamanhos. Algumas são históricas e apesar do constrangimento provocado na época em que ocorreram, hoje me servem de inspiração e humor durante as minhas aulas, palestras e treinamentos.

Isso não significa concordar com a forma e o momento em que foram aplicadas, mas o lado interessante da ripada é que depois de algum tempo a gente consegue fazer piadas e rir do episódio. De uma forma ou de outra, a reprimenda provoca, no mínimo, reflexão.

O impacto dos esculachos
Image by Drazen Zigic on Freepik

O termo é pejorativo, porém bastante utilizado no mundo corporativo atual. Esculachos fazem parte do cotidiano das empresas e, em menor ou maior grau, são aplicados com frequência. Chefes insensíveis e inescrupulosos ainda resistem em pleno século 21 e fazem delas a sua maior arma de guerra.

Como a intensidade da babada depende muito do estado de espírito ou do ângulo de percepção de quem recebe, para alguns o gesto não provoca o menor efeito. Para outros pode significar um longo período de insatisfação ou até mesmo de depressão. As reações variam de pessoa para pessoa.

Embora alguém possa imaginar que algumas pessoas merecem os esculachos que recebem e que isso possa provocar mudanças significativas de comportamento, o problema não está no fato em si, mas na forma, na intensidade e no momento em que ocorrem.

Você já testemunhou uma advertência em que a pessoa saiu ilesa, alegre, comemorando o fato de ter sido desmoralizada injustamente diante dos colegas, ainda que tivesse uma leve culpa?

Nesse sentido, todo mundo tem uma boa história pra contar e, apesar de a espécie ter evoluído, o ser humano continua mantendo seus instintos mais primitivos em estado de dormência.

No caso dos insensíveis e inescrupulosos, o instinto maligno se sobressai ao menor sinal de perigo. Eles não são muito diferentes dos animais quando ameaçados ou quando sentem necessidade de abrir o leque de penas para encantar a plateia.

Advertir uma pessoa, de forma elegante e produtiva, é algo que se aprende com o tempo. Em princípio, depende muito do estado de espírito, do momento, do impacto que a ação contrária provocou para levar uma reprimenda e, principalmente, da experiência ou da maturidade de quem aplica. Alguns o fazem com a maestria, ao ponto de o receptor ser capaz de agradecer o fato.

Apesar de os estilos se tornarem muito particulares, quero compartilhar algumas dicas, tanto para quem aplica quanto para quem recebe uma advertência de vez em quando.

Em geral, penso que elas são necessárias, em forma de feedback realista, entretanto, de maneira diferente do que ocorre na prática, quando são expressas sem a menor consideração pelas pessoas.

Como aplicar esculachos de alto nível

Se você não consegue fugir à tentação de aplicar um esculacho ao vivo e diante de uma plateia, saiba pelo menos o que é importante em relação:

  • Ao momento: cada vez que sentir inclinado a despejar toda sua ira sobre uma pessoa, pergunte a si mesmo se é momento adequado, se pode ser deixado para mais tarde; uma pausa para reflexão sobre o impacto faz toda diferença;
  • Ao local: escolha um local apropriado; se é para dar show, o mais correto é matricular-se num curso de teatro em vez de praticá-lo no corredor da empresa, diante do público errado;
  • À forma ou intensidade: a evolução do ser humano pressupõe aumento da civilidade; portanto, a abordagem requer habilidade e polidez; se as regras estão claras e se houve treinamento, monitoramento e feedback, fica mais fácil abordar o assunto em caso de deslizes;
  • Ao progresso: uma bronca inteligente é aquela que faz a pessoa refletir e amadurecer, ao contrário da inescrupulosa que desmoraliza o processo de desenvolvimento da pessoa e o nome da instituição que acolheu alguém que não possui o menor tato para lidar com gente

Há muito tempo eu levei uma bronca histórica de um diretor para nunca mais esquecer. O fato é que eu pisei na bola. Eu era a única pessoa a quem ele confidenciou uma decisão da matriz que mudaria toda a história do que veio a seguir e eu não fui capaz de segurar a informação. Minha língua solta causou um grande incidente na época.

Apesar do ocorrido, ele foi condescendente comigo. A forma como ele abordou o assunto, de maneira polida e inteligente, me fez pensar durante muito tempo. Foi um daqueles esculachos de alto nível. Minha única alternativa foi pedir desculpas e rezar para não ser demitido, o que não ocorreu, pois ele sabia separar as coisas muito bem. Hoje somos bons amigos.

Hoje trabalha-se com feedback e, fracas a Deus, são mais humanizados, ainda que seja possível encontrá-los em forma de esculachos, principalmente nas pequenas e médias empresas, onde alguns líderes e dono demoram para entender o quão importante são as pessoas no ambiente de trabalho.

Por fim, como bem disse Aristóteles, filósofo da Grécia Antiga, qualquer um pode zangar-se – isso é fácil; mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa – não é fácil.

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