A construção da liderança: assunto inesgotável
Existem centenas ou talvez milhares de livros que tratam da liderança sob diferentes pontos de vista, exemplos e pesquisas realizadas com executivos das maiores empresas do mundo.
Isso é bom e ao mesmo tempo pode provocar uma certa confusão na cabeça de quem ainda não aprendeu a lidar com aquilo que os psicanalistas chamam de filtros da consciência, responsáveis pelo nosso julgamento em relação a determinada percepção.
O fato é que quando alguém aceita um cargo de liderança, por imposição ou merecimento, aceita também os prós e os contras dessa imensa responsabilidade perante aqueles que estarão acima e abaixo do seu nível hierárquico. A construção da liderança começa no ato da decisão de aceitar o cargo.
Aspirar ao cargo imaginando que salário, poder e status são as coisas mais importantes a partir desse momento, representa a sutil diferença entre o fracasso e o sucesso daqueles que se julgam aptos para o cargo e acabam “quebrando a cara” em menos tempo do que imaginam.
Na maioria dos livros de liderança, cada autor apresenta uma fórmula mágica ou receita que, dependendo do esforço do leitor, seja ele um executivo sênior ou um aspirante ao cargo de líder, pode proporcionar um razoável nível de desempenho. Tudo isso é natural, uma vez que toda experiência deve ser compartilhada, desde que esteja associada a uma sequência lógica de ações, mudança de hábitos e questionamentos válidos.
Contudo, existem variáveis que fogem ao controle do líder, independentemente da experiência alcançada, motivo pelo qual o processo de construção da liderança é movido por um aprendizado constante.
O processo de construção da liderança
Em relação ao processo de construção da liderança, não consigo imaginar que uma empresa, seja qual for o tamanho, tenha de imediato o líder certo para a área certa e a equipe certa.
Na maioria dos casos, os potenciais líderes são empurrados para a “fogueira” e precisam responder rapidamente aos anseios de quem confiou a eles a missão. É um caminho sem volta.
Por mais experiente que seja o profissional escolhido para o cargo, cada desafio exigirá dele uma reavaliação sobre a própria forma de pensar e agir, considerando que a liderança é situacional e o sucesso depende de inúmeros fatores.
A construção da liderança é um longo e doloroso processo, ignorado por muitas organizações de médio e grande porte. Elas sabem que nem ninguém nasce líder, nem todos os líderes levam a resultados e nem todos os que chegam ao topo são líderes.
Portanto, para transformar alguém num líder por excelência, a empresa e o próprio líder devem procurar compreender cada etapa do processo descrito a seguir:
Autoavaliação: você está pronto para ser líder? Possui competências ou habilidades básicas necessárias para o bom desempenho do cargo? Conhece as atividades relacionadas ao cargo em questão? Conhece as suas principais deficiências? Sabe pensar estrategicamente ou ainda está muito ligado ao operacional? Tem estômago para lidar com gente dissimulada?
Internalização: você estudou as características básicas de um líder, analisou os atributos de um líder de alto desempenho, mapeou suas competências, conhece seus pontos fortes e sabe exatamente quais os pontos fracos a serem trabalhados; você assumiu o papel e está pronto para iniciar o processo de construção da liderança;
Mudança de hábito: de posse do conhecimento das características, competências, habilidades e atitudes imprescindíveis para assumir tamanha responsabilidade, você está disposto a imprimir o esforço necessário para mudar a sua forma de pensar e agir; você precisa agradar o novo chefe, a sua nova equipe e os seus novos pares e concorrentes; se for o seu primeiro cargo de liderança, o desafio se torna ainda maior.
Maturidade: você entende, finalmente, que a construção da liderança é um processo constante de aprendizado; portanto, além de suportar a pressão pela busca de resultados cada vez melhores, é necessário se reinventar a cada dia, a fim de manter a posição sem renunciar aos seus valores e princípios.
Os lucros saudáveis são essenciais porque constituem o combustível necessário para o sucesso dos negócios, entretanto, o lucro não deve vir em primeiro lugar. Os lucros são o subproduto de um negócio bem administrado que passa, inevitavelmente, pelas decisões de uma liderança bem fundamentada em todos os níveis hierárquicos da organização.
Conquistar um cargo de liderança é fácil. Manter-se íntegro sob pressão depende de um processo longo e doloroso processo de construção da liderança baseada em princípios e valores sólidos que transcendem a figura do próprio líder.
Por fim, como diria o bom e velho Tom Peters, chegar ao topo é fácil; difícil é conquistar o respeito da equipe. Pense nisso e seja um líder por excelência!
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