De onde vêm a nossa autoestima?
Durante as minhas aulas de Empreendedorismo e Inovação, tenho procurado estimular meus alunos a repensar o seu papel no mundo. Parto sempre do pressuposto de que cada pessoa possui um talento único e criatividade é exclusividade do ser humano.
O ideal seria escolher, por livre e espontânea vontade, o que se quer fazer na vida de acordo com o dom principal que lhe foi conferido, mas isso é privilégio para poucos. Como diria Abraham Maslow, psicólogo norte-americano, encontrar a vocação é uma realização psicológica rara e difícil.
Aliado a isso, vivemos num mundo recheado de oportunidades e, mesmo sendo influenciados pelos nossos modelos mentais, ainda temos a possibilidade de avaliar diferentes visões e histórias que podem nos remeter a uma ideia própria. O que nos falta é coragem para aceitar a vocação e fazer dela a nossa fonte principal de felicidade.
Durante a infância ou a adolescência são poucos os que conseguem se livrar das amarras que o Educador Físico Nuno Cobra chama de “tripé da anulação” – religião, escola e família. Essas três entidades universais, de uma forma ou de outra, influenciam a conduta, as ideias e as escolhas das pessoas tornando-as frágeis e inseguras.
Dessa forma, por mais que você tente ser autêntico, seu comportamento é moldado pelas ideias, histórias, cultura e a própria história pessoal dos seus pais, professores e educadores religiosos. Carregados de boas intenções, imaginam estar pensando o melhor para nós sem nos perguntar se queremos ou não.
Por que razão estou lhe dizendo tudo isso? A procura da verdadeira identidade é uma das questões mais angustiantes para o ser humano. Não é fácil encontrá-la, saber quem você é de fato, o que você faz ou o que você veio fazer por aqui.
Isso nos perturba durante muito tempo e consome boa parte da nossa energia. Por esse motivo, tentamos provar o tempo todo o quanto somos bons, autênticos, capazes de realizar algo diferente ainda que não sejamos tão capazes assim. É a nossa máscara social. Não somos assim, mas fazemos de conta.
A necessidade de autoafirmação do ser humano é uma constante. Para se posicionar na sociedade, ser valorizado, ser reconhecido e sentir-se importante de alguma maneira, abre-se mão das próprias ideias e, em muitos casos, dos valores. Ser autêntico é remar contra a corrente e o sacrifício nem sempre compensa. Tem muito a ver com a autoestima do ser humano.
A necessidade de ser aceito em casa, na escola ou na empresa o faz buscar sentido nas coisas mundanas, tais como roupas de grife, cargos importantes, quinze minutos de fama, bens e dinheiro. Em muitos casos, as pessoas buscam sentido nas drogas e nos remédios. É a total ausência de identidade.
Isso não é bom nem ruim. Depende de quão escravo você se torna dos pensamentos, dos estilos de vida e dos padrões de comportamentos alheios para os quais você não foi preparado e, na maioria das vezes, não possui o conhecimento necessário nem o suporte financeiro para acompanhar.
Os 6 pilares da autoestima
Apesar de eu já ter escrito sobre isso, esqueça um pouco essa questão da autenticidade. Para muitos, ser autêntico significa ser direto, por vezes grosseiro, individualista e fora do padrão. O que você deve buscar com frequência é a sua própria identidade, suportada por uma imagem que não lhe cause desconforto.
De acordo com Nathaniel Branden, psicólogo e autor do best seller Como aumentar sua autoestima, a autoestima não é o êxito, mas uma série de condutas virtuosas. Ele define os seis pilares da autoestima da seguinte forma:
- Consciência: preste atenção ao que acontece, ao que experimenta e ao que faz, sem esquecer o contexto no qual surgem os sucessos, as experiências e as ações.
- Aceitação: reconheça os próprios pensamentos, emoções e ações, sem evasões nem repúdios; observe-se com equanimidade, sem aprovação nem condenação.
- Responsabilidade: compreenda que você é o autor das próprias escolhas e ações e responsável pela própria vida e pelo bem-estar. Responda conscientemente aos desafios da vida.
- Assertividade: seja autêntico no trato com os outros, recuse-se a negar a o que você é (ou avalia ser) para ganhar a aprovação alheia. Esteja preparado para defender os próprios valores e ideias.
- Propósito ou Intenção: identifique objetivos de curto e longo prazos e as ações necessárias para atingi-los. Monitore as ações para garantir o êxito e se manter na rota.
- Integridade: viva em consonância com aquilo que sabe e professa. Diga a verdade, honre os compromissos e exemplifique, com ações, os valores que sustenta.
Segundo Fredy Kofman, autor de Metamanagement, como seres humanos, não podemos ser mais nem menos, pois viemos ao mundo por graça divina, não por mérito ou algo parecido; portanto, para ter acesso ao nível essencial – o espírito da autoestima -, é necessário investigar profundamente a identidade, ou seja, quem você é e quem você acredita ser.
Por fim, lembre-se que para preservar a identidade e a autoestima não basta ter sucesso apenas uma vez; é preciso repetir o sucesso com frequência. Sem consistência e disciplina não há identidade nem autoestima que resistam à pressão do mundo atual.
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