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A dor da demissão [até que a demissão nos separe]

A dor da demissão é igual em qualquer empresa

Todo emprego tem uma relação parecida com a de muitos casamentos e exige sacrifícios e decisões de ambas as partes. Num primeiro momento vem a fase de aproximação e respeito mútuo. A entrevista é suave, as palavras são lapidadas e a troca de olhares é intensa. Sobram gentilezas e é permitido confidenciar as expectativas. As partes se medem da cabeça aos pés, disfarçadamente, cada uma com sua técnica e, por mais que se esforcem, não há como identificar os defeitos que ambas fazem questão de esconder ou que a cegueira do amor não é capaz de perceber.

Na relação patrão-empregado, o namoro dura pouco. Há mais de 200 anos é assim, desde a Revolução Industrial. A lua-de-mel começa no mesmo dia da admissão e dura menos ainda, afinal, a união precisa produzir frutos o mais rápido possível. Não sobra muito tempo para amaciar a presa, acariciá-la nem prepará-la psicologicamente para a consumação do fato, a tal das preliminares. O início é meio dolorido, mas aos poucos a relação se ajeita e ambos vão pegando amor e ódio pelo caminho.

Nos primeiros meses você percebe que aquele sorriso já não é tão meigo, aquele corpinho já não é tão bonito quanto você imaginava e aquela barriga do tipo “tanquinho” era mais agradável na foto do que ao vivo. Coisas incríveis começam a acontecer: você já não quer mais andar de mãos dadas, encontra defeitos com frequência, passa a ser inquirido em qualquer atraso ou saída antes do horário e as horas-extras seguidas começam a despertar preocupações.

Aos poucos inicia aquela marcação cerrada, pois você precisa dar mais atenção para a família e a empresa começa a ficar com ciúmes considerando que a primeira custa dinheiro e a segunda provém o dinheiro. Assim, você conclui que o melhor mesmo a fazer é dar mais atenção para a empresa, afinal, você trabalha loucamente pelo bem da família e pressupõe que todos devem compreender essa relação que deve ser infinita enquanto dure.
A dor da demissão | Jerônimo Mendes

Depois de algum tempo, os desgastes no relacionamento são inevitáveis a ponto de gerar implicância, por vezes irreversível, comum nos primeiros anos em que você passa por um verdadeiro teste de provação.

Por mais que você se esforce, saia no horário, diga a verdade e ainda traga flores, as coisas começam a tomar um rumo diferente. A partir desse instante, o nível de conflito aumenta a cada dia e as expectativas terminam frustradas por parte de ambos. Em suma, é preciso discutir a relação.

Bem, por um momento é necessário colocar o peixe sobre a mesa, como se diz na Sicília e, antes que o cheiro comece a exalar de verdade, ainda dá tempo de limpá-lo.

Entretanto, quando a relação está estremecida e as expectativas não foram esclarecidas desde o início, entra em cena aquilo que comumente chamamos de orgulho e, apesar das inúmeras tentativas de diálogo, os dois lados tem razão e ninguém quer ceder. Cada um se perde no próprio mar de justificativas e, assim, nada mais pode reverter o processo de separação, por vezes amistoso, por vezes litigioso.

O fato é que a separação sempre traz danos para ambos os lados embora o elo mais fraco da corrente acabe sempre mais prejudicado. Obviamente, uma das partes empenhou um bom pedaço da vida apostando numa relação que tinha tudo para ser um conto de fadas, porém, como é mais fácil tentar novamente do que cada parte abrir mão da verdade, a relação acaba e cada qual decide seguir o próprio caminho.

A dor da demissão no emprego e no casamento

Com a demissão não é muito diferente. A diferença fica por conta da emoção e da frieza. No casamento, as pessoas demoram a entender o significado dos termos trabalho em equipe, relacionamento interpessoal, vestir a camisa, negociação e feedback.

No emprego, as pessoas demoram a entender o significado das palavras amor, dedicação, carinho, companheirismo, respeito e consideração pelo próximo. Em geral, você entra colaborador e quando acham que está rendendo menos do que o esperado, assume o posto de disponível para o mercado. No casamento, meu bem, na separação, meus bens. Nesse caso, a dor demissão é um longo e doloroso processo.

Contudo, não se desespere. Como diz o dito popular com relação ao casamento, sempre existe uma tampa para uma panela velha desorientada. No caso do emprego, lembre-se: até um pé no traseiro o empurra para frente. A demissão não é o fim do mundo. Na maioria das vezes, as pessoas e as empresas não nos tratam como a gente gostaria e isso não significa que será sempre assim. Encontrar o emprego ou o par ideal requer a paciência do garimpeiro.

Portanto, até que a dor da demissão o separe, procure seguir a sabedoria do Menestrel (poema atribuído a Shakespeare): “Plante seu jardim e decore sua alma em vez de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar… que realmente é forte e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!”.

Por fim, procure entregar-se com todas as suas forças para a construção de um relacionamento melhor, de uma vida melhor e de um ambiente melhor de trabalho. A dor da demissão faz parte do jogo e, mais dia, menos dia, ela virá. Apesar de tudo, mantenha-se fiel, seja leal, humano e ao mesmo tempo profissional, a menos que esteja disposto a pagar o preço alto da separação.

Se esta for a sua decisão, ainda que o custo lhe doa no bolso e na alma, lembre-se de que todos têm o direito de encontrar a própria felicidade, quer no trabalho, quer no casamento.

A dor da demissão é, para muitos, o começo da liberdade e a porta para novas oportunidades de crescimento pessoal e profissional.

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Quer saber mais? Leia o meu artigo Demissão: o que eu aprendi com ela

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