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Os dias em que a economia mundial era dominada pela agricultura há muito se foram. Por volta de 1750, a força de trabalho mundial era composta de 90% de empreendedores ou autônomos: pintores, ferreiros, agricultores, carroceiros, artesãos, comerciantes em geral. Quem não estava a serviço do rei, do imperador ou da chamada burguesia, fazia algo por contra própria para se sustentar.

A partir do século 18, a Revolução Industrial tornou-se um marco decisivo no processo de desenvolvimento humano e resultou em mudanças significativas no que se conhecia até então como trabalho. Se, por um lado, a industrialização tornou obsoletos alguns ofícios tradicionais, por outro, todos entendiam que os objetos ou mercadorias que pertenciam a poucos privilegiados poderiam agora ser de todos.

Com suas promessas de trabalho ininterrupto e o fim da sazonalidade na agricultura, as exigências da indústria não variavam: um só trabalho em um só lugar fazendo uma só coisa até onde o trabalhador pudesse suportar. Essa nova filosofia de trabalho acarretou uma demanda de tal esforço que os estudiosos da época acreditavam que as pessoas comuns não fossem capazes de executá-la.

Com a reestruturação dos hábitos de trabalhar, uma disciplina rígida, novos incentivos e uma nova natureza humana, o historiador E. P. Thompson chegou a afirmar que “o trabalhador inglês médio tornou-se mais disciplinado, mais sujeito ao tempo produtivo do relógio, mais reservado e metódico, menos espontâneo e menos violento.”

Dessa forma, criava-se então uma nova maneira de arranjo social, de sobrevivência e de conduta humana; o trabalho já não era mais o mesmo e um novo conceito começava a ganhar forma: o emprego. Contudo, a transição para os empregos modernos foi lenta e gradual e ocorreu em diferentes tempos e lugares.

Dois séculos e meio depois, observa-se uma relação inversa, na proporção de mais de 90% de trabalhadores para menos de 10% de empreendedores ou patrões ainda que o advento da globalização tenha contribuído sobremaneira para a redução de 400 milhões de postos de trabalho formais.

econômica

Da mesma maneira que a Revolução Industrial pôs fim à Era da Agricultura, a Era da Informação e do Entretenimento colocam fim à Era da Industrialização. De acordo com John Gray, filósofo de Oxford e Professor da London School of Economics, a indústria continuará ativa, mas a vida econômica já não é mais voltada prioritariamente para a produção. Seus canhões estão direcionados para a distração.

Segundo Gray, o imperativo que comanda o capitalismo econômico atual não é mais a produtividade, mas a possibilidade de manter o tédio à distância, onde a riqueza é a regra e a maior ameaça é a perda do desejo. Nesse caso, a novidade não é o fato de a prosperidade depender do estímulo da demanda, mas o fato de poder continuar sem inventar novos vícios. Novas experiências tornam-se obsoletas mais rapidamente ainda do que os produtos físicos, razão pela qual as empresas apostam pesado na criação de novas tecnologias, brinquedinhos eletrônicos, mídias sociais e tudo mais que possa entreter o potencial consumidor.

Por essas e outras razões, drogas, sexo, humor, música, viagem, silêncio, culto ao corpo e narcisismo viraram sinônimo de dinheiro. De certa forma, tudo o que possa nos distrair e provocar uma relativa sensação de conforto são antídotos contra o aborrecimento. A indústria do entretenimento percebe isso com mais velocidade do que a nossa capacidade de consumo.

Na medida em que as tecnologias avançam, a necessidade de consumi-las também avança, por estímulo próprio ou indução. O fato é que os novos vícios não serão suficientes para aliviar o peso de uma vida cada vez mais confortável e dependente de tecnologia, afinal, toda essa parafernália não conseguirá reduzir a demanda diária de trabalho de catorze para quatro ou seis horas, no máximo.

Torço para que tudo isso seja apenas uma febre temporária. Já pensou se toda essa tecnologia – representada por robôs baratos e altamente capazes – conseguir substituir o trabalho humano a ponto de deixar todo mundo desempregado? O mundo não seria muito diferente do que era até o século 18.

Pense nisso e seja feliz!

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Olá! Seja muito bem-vindo! Sou Administrador, Coach, Mentor, Professor Universitário para Cursos de MBA e Palestrante com mais de 40 anos de experiência profissional em empresas de médio e grande porte, além de ser…

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